sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Vítimas da Guerra Civil Espanhola

Federico García Lorca

Federico García Lorca (Fuente Vaqueros, 5 de junho de 1898 — Granada, 19 de agosto de 1936) foi um poeta e dramaturgo espanhol, e uma das primeiras vítimas da Guerra Civil Espanhola.

Biografia

Nascido numa pequena localidade da Andaluzia, García Lorca ingressou na faculdade de Direito de Granada em 1914, e cinco anos depois transfere-se para Madri, onde ficou amigo de artistas como Luis Buñuel e Salvador Dali e publicou seus primeiros poemas.

Grande parte dos seus primeiros trabalhos se baseiam em temas relativos à Andaluzia (Impressões e Paisagens, 1918), à música e ao folclore regionais (Poemas do Canto Fundo, 1921-1922) e aos ciganos (Romancero Gitano, 1928)

Concluído o curso, foi para os Estados Unidos da América e para Cuba, período de seus poemas surrealistas, manifestando seu desprezo pelo modus vivendi estadunidense. Expressou seu horror com a brutalidade da civilização mecanizada nas chocantes imagens de Poeta em Nova Iorque, publicado em 1940.

Voltando à Espanha, criou um grupo de teatro chamado La Barraca. Não ocultava suas idéias socialistas e, com fortes tendências homossexuais, foi certamente um dos alvos mais visados pelo conservadorismo espanhol que, sob forte influência católica, ensaiava a tomada do poder, dando início a uma das mais sangrentas guerras fratricidas do século XX.

Intimidado, Lorca retornou para Granada, na Andaluzia, na esperança de encontrar um refúgio. Ali, porém, teve sua prisão determinada por um deputado católico, sob o argumento (que tornou-se célebre) de que ele seria "mais perigoso com a caneta do que outros com o revólver".

Assim, num dia de agosto de 1936, sem julgamento, o grande poeta foi executado com um tiro na nuca pelos nacionalistas, e seu corpo foi jogado num ponto da Serra Nevada. A caneta se calava, mas a Poesia nascia para a eternidade - e o crime teve repercussão em todo o mundo, despertando por todas as partes um sentimento de que o que ocorria na Espanha dizia respeito a todo o planeta... foi um prenúncio da Segunda Guerra Mundial.

Exílio na morte

Assim como muitos artistas - e a obra Guernica, de Pablo Picasso -, durante o longo regime ditatorial do Generalíssimo Franco, suas obras foram consideradas clandestinas na Espanha.

Com o fim do regime, e a volta do país à democracia, finalmente sua terra natal veio a render-lhe homenagens,

sendo hoje considerado o maior autor espanhol desde Miguel de Cervantes

Lorca tornou-se o mais notável numa constelação de poetas surgidos durante a guerra, conhecida como "geração de 27", alinhando-se entre os maiores poetas do século XX. Foi ainda um excelente pintor, compositor precoce e pianista. Sua música se reflete no ritmo e sonoridade de sua obra poética. Como dramaturgo, Lorca fez incursões no drama histórico e na farsa antes de obter sucesso com a tragédia. As três tragédias rurais passadas na Andaluzia, Bodas de Sangue (1933), Yerma (1934) e A Casa de Bernarda Alba (1936) asseguraram sua posição como grande dramaturgo.

Bibliografia

Em sua curta existência, García Lorca deixou importantes obras-primas da literatura, muitas delas publicadas postumamente, dentre as quais:

Poesia

  • Livro de Poemas - 1921
  • Ode a Salvador Dalí - 1926.
  • Canciones (1921-24) - 1927.
  • Romancero gitano (1924-27) - 1928.
  • Poema del cante jondo (1921-22) - 1931.
  • Ode a Walt Whitman - 1933.
  • Canto a Ignacio Sánchez Mejías - 1935.
  • Seis poemas galegos - 1935.
  • Primeiras canções (1922) - 1936.
  • Poeta em Nueva York (1929-30) - 1940.
  • Divã do Tamarit - 1940.
  • Sonetos del Amor Oscuro - 1936

Prosa

  • Impressões e Paisagens - 1918
  • Desenhos (publicados em Madri) - 1949
  • Cartas aos Amigos - 1950

Teatro

  • Assim que passarem cinco anos - Lenda do tempo - 1931.
  • Retábulo de Don Cristóvão e D.Rosita - 1931.
  • Amores de Dom Perlimplim e Belisa em seu jardim" - 1926.
  • Mariana Piñeda - 1925.
  • Dona Rosinha, a solteira - 1927.
  • Bodas de Sangue (Trilogia) - 1933.
  • Yerma (Trilogia) - 1934.
  • A Casa de Bernarda Alba (Trilogia) - 1936.
  • Quimera - 1930.
  • El Publico - 1936

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